segunda-feira, 9 de agosto de 2010

AIESEC, Medellin, Medellin


Merece atenção total do post. O lugar é lindo, lindo, simplesmente maravilhoso.

Iniciei minha jornada praticamentesemdormir na sexta, com a Assembleia Geral da AIESEC. Foi muito legal. Muito mesmo. Tá, eu sei que não adianta ficar dizendo isso, mas é que foi, e não adianta eu ficar contando muito aqui que vai ser chato.

Entonces, highlights: aqui na Colômbia pra que tu vires alumnus (status de ex-membro com benefícios, digamos), tu deves requisitar o status junto ao teu comitê para que tu sejas aprovado - ou não - como tal em uma Assembleia Geral, com maioria de votação e bla. Dessa vez, 3 pessoas pediram status de alumni: um membro da "primeira geração" da @Rosario, que fez parte do primeiro EB; outro, super popular, amigo de todos e, por fim, um bem "backstage", mas muito querido por todos. Interessante ver o contraste entre esses dois últimos e, mainly, apesar disto, como ambos conseguiram impactar e serem lembrados por muita gente diferente.

Tá, mas não é isso que eu queria contar. No final (depois de eu ter chorado horrores e ter feito o fiasco de fazer barulho e fungar, a ponto de pararem o treco), conversando com o Alejandro (o primeiro deles, que fez parte da @ por 4 anos, intercâmbio na Finlândia e Brasil, dentre outras milhares de coisas, cheguei a uma conclusão (ou 3, no caso); independentemente de quantos anos, meses ou até mesmo dias tu sejas um AIESECer, tu vais viver MUITAS experiências e, obviamente, vai ser impossível contar todas elas. Enfim, as conclusões, são:

1. Não importa de que forma, quando e onde; quanto MAIS tu te doares pra organização, mais tu vais aprender e receber em troca;
2. A gente vive em constante busca de felicidade, né? O que é, como faço pra ter, tra lá lá. No fim, acho que tudo isso se amontoa no bolo de o que a gente faz pelas pessoas e o por que de fazê-lo. Ou seja, ser feliz é sim lutar e ir atrás da felicidades dos outros e trabalhar por isso;
3. Pensamos demais. Demasiado, todo el tiempo. E por que, afinal, não, simplesmente, seguir o coração? Se eu fosse pensar "racionalmente", jamais teria praticamente largado tudo, perdido férias já planejadas e tudo mais pra vir pra um país BEM diferente, trabalhar por e pelos outros visando um impacto totalmente incerto. E foi a melhor coisa que eu fiz: segui o coretion!

Fechando o parentesis, depois disso fomos comer pizza e pra um lugar totalmente old age dançar salsa. Foi bem divertido, apesar de eu estar podre! Vim pra casa, tomei um banho (nunca se sabe o banheiro que te espera) e fui pro aeroporto. Cheguei em Medellin por volta das 7h e peguei o bus pro centro da cidade (acertada do dia: bus por 8mil pesos, mas tem que comprar com antecedência, pq a cidade fica a cerca de 1h do aeroporto e um táxi sai por mais de 50mil) e fui pro Terminal esperar o pessoal que vinha de Manizales. Mas e qual terminal? Sul ou Norte? Minha nossa, só o que faltava era eu estar perdida e, pior, do outro lado, literalmente. Então, eu e meus Donuts sentamos e esperamos. Umas 2h depois desembarcam os 3 pestinhas e finalmente tomamos nosso rumo.

Fomos pra casa do Andrezinho, um colombiano muito gente boa que eu conheci na conferência e fez a total gentileza de nos hospedar. Gracias, querido :) Ai, pegamos umas infos e saimos sapatiar. 1a parada: Plaza de las gordas de Botero. Sério, é genial, muito engraçado.

Mas o mais legal de tudo é o Museo Antioqueño, que fica juntinho a Plaza Botero. É genial; cultura, arte, música, povos, influências, bah... muita diversidade! Tem até lugarzinho pra ti aprender passos de danças do mundo todo, inclusive samba :)

Tá, eu não sei que tipo de manobra eles fazem, mas tá valendo :D

Enfim, depois fomos ao Jardim Botânico, caminhamos, andamos de metrô, and, of course, nos alimentamos com uma bandeja paisa BEM básica, que é a comida típica da cidade. Mira o tamanho do filhote (e please, não me pergunta do que essas coisas são feitas):


No fim da tarde, tomamos uma cervejinha só pra ganhar a garrafa (10 mil pesos, a garrafa e 2L de ceva) e fazer uma propaganda - e homenagem, claro - pro nosso Colorado!

Ok, depois voltamos pra casa, aquela coisa básica, 3 meninas pra tomar banho (gelado!), se arrumar, sair, comer uma arepa, voltar, dormir, acordar, tomar um café da manhã típico (quase uma bandeja paisa) e sair novamente. Fomos ao metro cable, de onde dá pra ver toda a city, lindo! Ficamos por lá toda a manhã e depois fomos almoçar pra ir pra rua assistir ao desfile que marca o fim da Feria de las Flores.

Lindo. Mas cheio. Cheio, cheio. MILHARES de milhares de pessoas nas ruas, de todas as partes do mundo vão até lá só pra assistir a esse desfile. E o mais legal é que tudo, tudo mesmo - estátuas, honrarias, o que for, é feito de flor.


Enfim, a viagem foi o máximo. Encontramos bastante gente da AIESEC, rimos, comemos (sorvete, principalmente, que foram uns 4) e não descansamos. Pra volta, 15h no ônibus congelante, que valeu tri a pena.

Medellín é, com certeza, uma cidade pra se morar, se viver e curtir um montão. Clima tranquilo, com calorzinho mas não o horror de Barranquilla nem o gelo de Bogotá ou Manizales. Medellin, é pra lá que eu volto.

Próximo destino? Cartagena. Paradise, wait for us!

Besotes,

Carol

Ps: PAAI, FELIZ DIA DOS PAIS POR AQUI TAMBÉM! Te amo muito muito, obrigada por tudo sempre, poney daddy! Na quarta-feira te encho de amassos e te pago uma ceva pra comemorarmos o bi da Libertadores :D

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

INTER, heróis e lembranças

Eu não gosto muito de ficar fazendo esses posts meio random, sem nenhuma história pra contar (nova, pelo menos), mas hoje não tem como. Eu PRECISO canalizar pra algum lugar e, como dizem, quando não se tem ouvintes, busca-se por leitores, não é?

Hoje quando eu acordei (apesar de não ter nem dormido direito) já comecei a 220v. Parece que eu simplesmente voltei 4 (QUATRO!) anos no tempo, pra aquela tarde que o pai passou em Santa Maria, por volta do meio dia, pegou eu e o mano no colégio (bons tempos de Riachuelo) e nós começamos a viagem pra Porto Alegre onde, mais tarde, abaixo de muuita chuva e muuito frio - sem falar no sofrimento - o Inter seria o mais novo campeão da Libertadores. A lembrança da fúria do Clemer, da felicidade do Abel e da mira do Sóbis são impagáveis; agora, a 11 dias de completar o aniversário de quatro anos de conquista, muita coisa parece ser igual, apesar da evolução de muitas outras.

O clima e a sensação são de uma final; em jogo, uma vaga garantida no Mundial, no tal do paraíso árabe. O placar do estádio já é digital, não se pode mais beber uma ceva e pular na Popular e, quem diria, nosso "herói" daquela época tá do outro lado. Agora é rival. Ironias a parte, parece que o destino tá do nosso lado: Sobis, Tinga, Bolívar, Eller.. estamos e contamos com vcs!

Dessa vez, torcer tão de longe parece ainda mais essencial. Parece que é a única contribuição possível. Se for, contribuiremos; com a camisa vermelha, o mate na mão, e a Fox Sports no último volume :D

Beijos colorados de ansiedade,

Carol

PS: Eu lembro que quando eu era criança me diziam: "Quanto mais a idade passa, mais os anos voam". Tô ficando velha eu acho, por isso o tempo tá passando assim, vupt. Faltam exatas 4 semanas (28 dias) pra eu colocar 20 patinhos na lagoa ¬¬

Extras!

1.AIESECos: vídeo MUITO legal da AIESEC International, sobre a visão 2015 (http://vimeo.com/13759583);

2."Você pode medir um líder pelo tamanho dos desafios que ele assume. Ele sempre procura algo do próprio tamanho." John C. Maxwell

3. Aqui na Colômbia, os dias são de preparativos e despedida; o presidente mais amado da história, Álvaro Uribe, deixa o cargo para João Manuel, eleito com os votos do primeiro, segundo os locais. Tem outdoor por toda a cidade dizendo "Obrigado Presidente", dentre outras manifestações. Além disso, delegações internacionais do mundo todo, incluindo cortes reais, devem participar da cerimônia.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Terremoto, viagem e Zonalito

Bah, fiquei um bom tempo sem postar mesmo! Mas tá tudo tão correria por aqui, tri bom :)

Desde o último post, não foram tantas as coisas que aconteceram - fora o final de semana, que foi bem agitado. Agora as coisas estão bem mais 'monótonas' que o normal, com bastante trabalho, bastante correria.

Ontem cheguei a conclusão que só me restam duas semanas (exatamente!) em território colombiano. Me deu uma tristeza de saber que vou deixar isso aqui, que não vou mais encontrar arepas pela rua, mega empanadas a 1000 pesos e bananas fritas ou carameladas em toda e qualquer refeição.

A coisa mais emocionante que me aconteceu ao longo da semana foi ter 'participado' de um terremoto que atingiu o país. Com o epicentro em Tolima, teve 5,4 graus na escala Richter e 4km de profundidade. Foi meio tenso ver o copo da água que tava do meu lado começar a derramar e o prédio balançar. Apesar de nada divertido, eu pelo menos fiz uma coisa que eu nunca imaginei na vida: tive que evacuar de um prédio com as calças na mão, sem nada - dinheiro, celular, computador, comida. Pelo menos agora eu entendo a existência de três cartazes indicando as saídas de evacuação dentro do elevador (apesar de ser um local burro pra se fixar esse tipo de coisa, considerando que não se utiliza o elevador durante um terremoto ¬¬).

Depois de uma semana de muito trabalho, entonces, na quinta-feira de noite me fui pra Manizales. Cheguei na rodoviária de Bogotá (assustadora, por sinal) toda estabanada, batendo com a mochila em quem aparecesse na frente de tanta muamba e fui comprar a minha passagem. 40 mil pesos, a última. Adivinha? Do lado do banheiro, corredor, óbvio. Quanto ao ônibus, bom, sempre ouvi falar (inclusive os colombianos que estão no Brasil me alertaram em relação a isso) que os motoristas aqui não tem termômetro, é sempre congelante. Por dios, coloquei 4 camadas de roupa e levei meu cobertorzinho companheiro e achei que fosse congelar. Era de doer, sem mentira - e eram 8 horas naquele trambolho.

Momento bizarro da viagem #1: te lembras quando tu eras criança e tu simulavas uma barraca em cima da cama com um lençol e dormia ali em baixo?! A menina que tava do meu lado no ônibus achou que tava em casa pelo jeito. Eu vi que uma hora ela se enfiou inteira por baixo da ovelha que ela carregava consigo - tá com frio, pensei -, mas quando eu olho de novo ela me aparece com a cabeça naquele enconsto que tem pros pés. Cada um na sua, né.

Momento bizarro da viagem #2: essa mesma transportou uma planta como bagagem de mão. Era uma palmeira baby, ou seja, nada discreta. Depois eu descobri que isso é bastante comum; até no avião as pessoas costumam fazer isso (eu fico imaginando se minha vó morasse aqui - daí sim que ela ia querer mandar "mudinhas" pra todo mundo).

Momento bizarro da viagem #3: o motorista do ônibus REALMENTE pára pra vomitar e para as pessoas vomitarem, de tanta curva que tem na estrada.

6h30 da manhã tô eu tocando o interfone da casa da Bruna. Valeu xuxu, por me receber =) Tomamos um SUPER desayuno na padaria dos taxistas (2 ovos fritos, pão de leite, arepa de milho e uma fatia de queijo de uns 2 cm de altura, com café com leite por 3 500 pesos - R$3,50), colocamos as fofocas em dia, esperamos a Regina e fomos sapatiar pela city.

A cidade em geral é bonita mas, os apaixonados e habitantes que me perdoem, parece uma grande favela. As casinhas são todas amontoadas, meio caindo aos pedaços, sem a mínima organização. Mas foi bem legal. De noite tomamos umas cervejinhas e nos preparamos para sair cedinho no outro dia.

Sábado de manhã repetimos a dose de desayuno do dia anterior e partimos rumo a Pereira - eu, Bru, Deto e Rê, nossa mais nova integrante. 1h e 28 quadras de caminhada na cidade depois, chegamos no auditório onde estava acontecendo o evento da AIESEC. Fizemos check-in, fomos super bem recebidos, almoçamos por lá e depois pegamos o ônibus pro lugar onde seria o Zonalito (evento de introdução aos membros novos) de Pereira.

Pereira, apesar de bem próxima de Manizales, por exemplo, parece bem mais organizada e é muito mais bonita e limpa. As montanhas de toda a região acabam com qualquer tentativa de competir com o visual, é lindo!

O evento foi MUITO fantástico, com muita troca, muita experiência (incrível), grandes reflexões e pessoas maravilhosas. É muito inspirador ver como a 'mesma coisa' pode ser feita e vivida de formas tão distintas! Aqui é muito intenso, muito enjoying participation, muita diversão - sério, teve até festa na piscina.

Fim do evento, tinha que tomar o meu rumo, né? Eu, de volta pra Bogotá, os outros brazucas pra Manizales. No caminho, fomos contando chistes (piadas) em espanhol pros colombianos, bem engraçado. Literalmente uma troca cultural :) Por falar nisso, tivemos que parar em uma tienda pra comprar chicha, que é uma bebida típica aqui da Colômbia. Dizem eles que é o 'suco' de um abacaxi que eles enterram e deixam ali por cerca de 2 meses para que fermente. Eu tava achando meio nojento mas, sério, é muito bom.



Chegamos no terminal, galhéri pegou o bus e eu fui pro aeroporto (o menor que eu já vi na vida!). Esperei umas 3h, tri cansada, mas nem pensar em dormir; ando tri agitada, não consigo parar quieta, meio hiperativa. Pensamentos meio a mil, eu acho :)

O negócio agora é aproveitar o tempo que ainda me resta. Vai passar voando, eu sei. Próxima parada? Medellín, com Feria de las Flores e Chiva del Amor.

Love,

Carol

Mensagens AIESECas da semana (que eu aprendi em algum momento relacionado):

Yesterday is history. Tomorrow is a mystery. Today is a gift, that´s why they call it the present. (Eleanor Roosevelt)

(...) além disso, devemos esperar que 1 em cada 10 diretores tenha tido 5 anos consecutivos de sucesso ou fracasso por mero acaso. O que aprendemos com isso? Que é mais confiável julgar as pessoas analisando suas habilidades, do que apenas olhando o placar. Ou, nas palavras de Bernoulli (o matemático, aquele): "Não deveríamos avaliar as ações humanas com base nos seus resultados" (...).

"Highlights" colombianos:

- As casas aqui não tem chaleira (eu não vi nenhuma); eles, quanto muito, usam uma leiteira;
- TV na sala? Nem pensar. Normalmente tem em todos os quartos, mas não nas salas;
- Utilizar faca nas refeições não é costume - carne eles comem com a mão mesmo;
- As pessoas secam as roupas em cabides, não tem nada tipo varal e prendedor;
- A coisa mais surpreendente pra mim: praticamente não se toma café por aqui, só fora de casa e ainda assim muito esporadicamente.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bicentenário, Venezuela e rotina

#1: Incrível o nacionalismo dessa gente. Me surpreendi muito com o amor que eles tem a pátria, com o jeito com que todos se envolvem e se doam as comemorações.. e olha que eles nem tão na Copa do Mundo (eles torcem pro Brasil :P)!

Na terça-feira, dia 20, a Colômbia comemorou o bicentenário da Independência. Todo o país tava envolvido em grandes festas, principalmente nas maiores cidades, como Bogotá e Medellín. Aqui, por ser capital, teve até desfile militar; os grandes parques tiveram shows, brindes e todas essas coisas. E TODO MUNDO vestiu a camiseta, literalmente. Era bem comum ver pessoas pintadas de vermelho, azul e amarelo de cima a baixo, envoltas em bandeiras, com chapéu e o que mais se possa imaginar!


No Simón Bolivar, que é o maior e principal parque da cidade (é muito grande mesmo!), teve um grande concerto, com artistas tradicionais e grupos mais antigos, pra todas as idades. Todos os canais de TV transmitiram, então quem não foi até lá viu pela TV.

As vezes eu acho que a gente devia aprender um pouco com eles, sabe? Não que eu ache que nós não sejamos nacionalistas e essas coisas, mas acho que o somos na hora errada, em grande parte do tempo. Nacionalismo deveria ser igual torcida organizada de time de futebol: apoiar todo tempo, na boa ou na ruim, perdendo ou ganhando. No Brasil, quanto muito o país se mobiliza pra assistir a Copa do Mundo - e é pq todo mundo é liberado de aula e trabalho.

Nem que seja pra protestar. No dia anterior ao aniversário, estávamos andando por La Centenaria, que é o centro histórico aqui de Bogotá, e presenciamos uma manifestação contrária a independência, dos habitantes do Sul do país. Não sei pq, mas esses sim parecem típicos colombianos, meio índios, mestiços. São os moradores da região de Cali, perto da fronteira com o Equador, que alegam não receber nenhum subsídio do governo, apesar da riqueza da região.


#2: Isso aqui tá um caos. Estudante de Relações Internacionais, eu sempre me achei super compreensiva com os impactos que um rompimento ou conflito diplomático pudesse gerar, mesmo nas situações mais inusitadas. Pensei errado. É realmente INCRÍVEL como se esquece de tudo e se muda o foco das coisas. A cada 3 minutos tu ouve um Extra!Extra! na TV (tudo bem que eles são mega exagerados e na maioria das vezes é só desastre), com notícias direto daqui e dali.

Quando o Ilustríssimo Sr. Chavez fez o anúncio de que a Venezuela estava efetivamente rompendo qualquer tipo de relação com os colombianos, eu tava andando solita, bem bela pela rua (e perdida, claro; queria ir pra um supermercado, mas peguei a direção errada e quando fui pedir informação me disseram que eu tava 30 - TRINTA - quadras de onde eu queria ir), quando começo a ouvir freadas, carros estacionando e abrindo portas com o som ligado, pessoas andando na rua ouvindo - e xingando - rádios e celulares; todos ouvindo as notícias.

Tudo isso por causa das FARC né. O Chavez nega "estimular", mas parece que realmente grande parte - e as principais - das bases de guerrilha que ainda sobrevivem estão encabeçadas em solo venezuelano. Talvez seja por isso que os colombianos paguem tanto pau pro Uribe - quando ele assumiu, o # de guerrilheiros passava dos 40 mil; hoje, são cerca de 6. Agora, pra completar a história, o Lula ainda quer "intermediar" o conflito. Só o que me faltava, se meter mais a fundo nesse tipo de confusão que, se leva a alguma coisa, é a prejuízos - e dos fortes.

Aguardemos cenas dos próximos capítulos. Os diplomatas, embaixadores - e tudo o que mais tiver - colombianos tem até 2a feira, dia 26, pra fechar a embaixada da Colômbia em Caracas e deixar o país.

Uma pena as pessoas que moram perto da fronteira - próximo a Cucuta - que, pelo que dizem, já estão passando fome e sofrendo com o aumento e desestabilidade do câmbio.

(Tá, e disso eu não tirei foto).

#3: Os problemas começam a aparecer, logo, rotina.

Meu trabalho na AIESEC Rosario começou efetivamente essa semana, com reuniões, arquivos, documentos, reclamações e todas essas coisas. A verdade é que eu continuo bastante surpresa - e fascinada, eu diria - com a quantidade de diferenças que as AIESEC tem ao redor do mundo.

Vivendo essa realidade, eu tenho a impressão de valorizar ainda mais as coisas as quais eu tenho acesso no meu próprio CL e, mais que tudo, ver como existem coisas que podem ser aprimoradas e mais bem exploradas. Esquecer de VIVER a organização é um erro e, pelo que eu vejo, com isso eles estão muito bem, obrigada. Quem esquece, as vezes, somos nós.

Chegar numa reunião e falar algo que parece extremamente natural (como "manda um email pro time todo e convida") no nosso cotidiano e ser indagada com uma expressão de oi? e vice-versa é um dos maiores aprendizados que se pode ter. Sair de uma realidade onde se abrem 5 TNs (vagas em empresas) em 2 dias por efetividade e motivação da membresia, onde se tem quase 25 trainees pra outra onde nem os líderes sabem vender, por exemplo, é bem desafiador; propor o que? choro primeiro? faço um mapeamento de processos? tem processos?

É lindo, gente. Ter a sensação de que tu pode REALMENTE e VISIVELMENTE impactar na vida de muita gente e, pq não, na saúde de um escritório (que, consequentemente, vai impactar em outras vidas) é algo encantador. Te faz, no mínimo, repensar muita coisa; o modo de ver, de viver, de gerir, de liderar, de motivar, de pensar, de planejar. Te faz querer mais, buscar mais, lutar por mais.

Tem tanta semelhança, tanta diferença que eu poderia escrever mas parece que nem importa tanto assim, quando se pensa na filosofia e na ideologia utópica na qual se está envolvido.

"Te joga e vai", como diria o Vine. Buenas, me joguei; agora, vou pro fundo pra viver isso aqui, como se não tivesse mais nada pela frente, como se fosse essa a última chance. Vamos ver onde vai dar.

I am an AIESECer. And you?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Reencontros, tensões e reflexões


Bah, nem sei por onde começar! Aconteceu tantíssima coisa nesses ultímos dias que vou ter que desenvolver meu poder de síntese ao máximo :)

Dia 08, quinta-feira, acordei as 3 a.m. pra ir pro aeroporto pra pegar o voo pra Barranquilla, pra poder participar do VPM (vice-presidents meeting), que é tipo um treinamento que acontece antes da Conferência Nacional (NATCO). 1h e meia de voo, chegamos lá, um calorão - aqui em Bogotá faz uma média de uns 12 graus, lá fazia em torno de 40 sempre -, muito, muito úmido. Fomos direto pra UNINORTE (Universidad del Norte), onde estava acontecendo o encontro. Foi muito legal, bastante interessante ver como as nossas realidades de AIESEC são gritantemente diferentes, principalmente em Marketing, Comunicação e ICX (recepção de intercambistas). No fim do dia, fomos pra casa de uma menina da AIESEC pra dormir por lá pra no outro dia ir pro hotel da conferência. Sente a tensão do acampamento:


Éramos 6 colombianos, 4 venezuelanos, eu e mais uma porto-riquenha dormindo por lá. Ah, e a família, claro. De noite fomos comer e depois pra uma 'festinha' na praia, muito engraçado. Se juntou um povo de várias @ do país, bem divertido. Reencontrei a Bruninha, amigona dos meus tempos de colégio e companheira de viagem pra depois.

No outro dia tivemos um seminário de liderança que foi meio bater-na-mesma-tecla, mas foi válido. Fizemos um chimarrão e rolou o assédio; todos queriam saber o que era, se era droga (haha), de onde vinha, posso provar?; o fotógrafo do evento fez um book da gente. Legal ver como as coisas que pra gente são tão cotidianas surpreendem tanto aqui fora. De noite fomos pro hotel, onde teve uma festa de Carnaval (oi?) pra recepcionar a gente, janta e depois a Opening Plenary com todos os roll calls e coisas AIESECas. Surpresas maravilhosas do dia: encontrar a galera de Salvador - Adi, Gláucio e Marcinho também estavam na conferência =)

Brasileiros na conferência

Bom, ai nos dias que se seguiram muita reflexão, troca de experiências, networking fortíssimo, novas culturas e tudo mais. No meu quarto ficaram duas meninas super queridas; a VPTM da @ Medellin e uma menina de Porto Rico, doidona.

No geral, a conferência foi muito diferente das nossas do Brasil. A agenda não é dividida funcionalmente, então todos participam de praticamente tudo. Teve um enfoque bem forte em planejamento, Dual XP (intercâmbio + liderança), em como estimular os CLs a dar enfoque nisso... mas essa nossa coisa de focar em resultado, visualizar o impacto são praticamente inexistentes. As vezes acho que falta um pouco pra gente essa ideia de viver mais a experiência, curtir e deixar levar (assim como pra eles falta o resultado), pra que a @ tenha um impacto mais emocional direto, também. Eles aqui valorizam muito os internacionais - éramos quase estrelas, com roll call e tudo - e, uma coisa que me surpreendeu MUITO foi a proximidade que o MC (escritório nacional) tem com todas as pessoas, todos os CLs. No Brasil parece que o MC se posiciona como uma instituição a parte, até mesmo "superior". Aqui, não; todos trabalham, constroem, fazem festa, tomam trago, viajam e se divertem juntos. Muito, muito legal.

Bom, mas depois da NATCO fomos fazer uma viagem pela costa. Palavra norteadora desses dias: indiada.

Saímos de Barranquilla as 6 da manhã de quarta-feira e fomos pra Santa Marta, que conseguia fazer ainda mais calor - o literal inferno. Ai a galera se separou; uns foram pro parque Tayrona (uma reserva natural lindissima), outros ficaram em Santa Marta mesmo e nós, brasileiros mais uma holandesa, tivemos a feliz ideia de ir pra uma fazenda com o pessoal de Medellin. Esperamos no terminal por umas 3h até que eles chegassem e pegamos o bus de novo. Quando falaram em fazenda, pensei: "ah, legal, vamos dormir lá, não gastar nada e tals; deve ser divertido, a família do guri mora lá". Pensei errado. Descemos do ônibus e tivemos que caminhar uns 5km até chegar na entrada da fazenda, com mala e tudo:

Mas beleza, seguimos, firme e forte. Quando chegamos na entrada do lugar, o guri olha pra nós e diz: "Tá gente, agora vamos tirar os tênis pra atravessar o rio". Hahhhhhhh, boa, me pegou! "Não, Carol, é sério";

Aí a gente revezava; um pouco carregava no colo, um pouco na cabeça. Atravessamos o rio e tinha mais imensas montanhas pra chegar até a tal da finca. Disso aí nem tem foto, ninguém tinha muito humor pra essa parte. Chegamos lá, eu ainda pensava positivo! Legal, isso faz parte da experiência, vamos nos divertir. Não tinha geladeira no lugar. Não tinha comida. Nada. Pescamos e pegamos banana no mato e, here we go, banana e peixe frito por toda a vida (com cabeça, rabo e olhos, bécs). Umas 8 da noite fomos dormir, sem banho, sem lavar as mãos, nada - não tinha sequer água. Bah, ai no outro dia de manhã os trainees (os brasileiros e a holandesa) levantaram acampamento. Subimos/descemos as montanhas, atravessamos o rio, pegamos o onibus e achamos um hostel xinfrin por 15 mil pesos (15 reais) pra passar a noite. Tomamos banho e fomos no mercado fazer estoque de comida e água pra ir pro parque Tayrona no outro dia.

Dormimos e as 5 da manhã acordamos, enchemos as mochilas e pegamos o bus pra ir pro parque. É literalmente selva, faz muito calor, é extremamente cansativo mas é lindo de morrer (é Caribe, minha gentch). A caminhada deve durar umas 3h e é muito pesada, mas quando tu vê o mar parece que o cansaço vai todo embora.




Passamos o dia por lá e depois voltamos pra Santa Marta, rachamos um apê com o pessoal da @ (éramos 14) por 7 reais a cabeça (eu dormi numa cama de casal quebrada com 3 haha) e no sábado voltamos pra Barranquilla. Fomos pra casa do Heli, que foi trainee no Brasil, e de noite saímos com umas pessoas da AIESEC de lá. Foi bem legal, voltamos cedo pq no outro dia voltamos pra Bogotá bem cedo. O Deto e a Bruninha foram pra Manizales e eu fiquei aqui, esperando o pessoal de Salvador que tá voltando pro Brasil hoje e veio passar uns dias em Bogotá.

Turistiamos, conversamos bastante durante o dia, foi bem divertido mesmo. De noites fomos no apto do MC, tomamos agua caliente e voltei cedo pra casa. A minha familia aqui é meio complicada pra essas coisas ¬¬

Bom, então tá. Hoje é feriado aqui na Colômbia - bicentenário da independência -, ai acho que vamos sapatiar por ai pra ver como é.

To com muita saudade de todos, mesmo. Mas um mês passa rápido, né?

Love you all,

Carol

terça-feira, 6 de julho de 2010

Confusões, atrasos e recepções


Buenas, acho que essa é a primeira vez desde que saí de casa, no domingo de manhã, que consigo sentar pra escrever alguma coisa :D

Saio de casa no domingo e, meio em cima do laço, chego no aeroporto e fico sabendo que meu voo foi cancelado pq tem muita neblina. Ok, me realocaram no da Webjet que saía meia hora antes e tudo bem; me despedi dos meus pais e dos queridos que foram me dar tchau (tks, darlings!) e entrei no avião 2 minutos antes de partir. Sentei, peguei meu livro, dei uma escorada e.. tcharãn: 'senhores passageiros, temos uma boa e uma má notícia: a má é que o aeroporto fechou devido ao mau tempo e só abre em pelo menos 1h30; a boa é que somos a aeronave número 1 a decolar´. Tipo, oi? Mas beleza, faz parte da experiência, pensei. Tá, passou a tal da 1h30 e avisam que mais 1h, no mínimo. Mas ai começou a bater o desespero, ia perder a conexão certamente. Enfim, entre vais e vens, cheguei em Guarulhos as 11h49, entrei no portão as 12h08 e as 12h11 era o horário do voo. Obviamente atrasou, tudo se 'tranquilizou' e tudo já parecia menos pior. Eis então que eu encontro AIESECers - Recife e Brasilia - que também estavam vindo pra Colômbia. Ufa, que alívio e boa surpresa. Ai conversamos um tempão, passaram-se 2h e finalmente embarcamos.

Lá pelas tantas uma pessoa chega pra mim e diz: Oi, tu és da AIESEC? Sim, sim (não perguntei tu tb pq o cara tinha tipo 50 anos). Ahhh, eu sou alumnus de Curitiba. Booooh, muito tri, ai conversei um monte com o cara, ele tava contando como a @ funcionava entre 80-90, quando ele fez parte. Muito legal mesmo, uma dose de energia muito positiva. Voltando pro meu banco, um EP da @SM, que tava vindo fazer o X, ia pra NATCO (Conferência Nacional da @) e ia ficar até quarta na casa de uma menina da @Rosario (escritório que vou trabalhar) :) Bom, ai depois de umas 15h de viagem, chegamos e tinha uma galera nos esperando no aeroporto, muito queridos. Nos levaram pra um bar de cerveja artesanal (Lembrei de ti, Gui), super diferente e com a cerveja bem boa. Os membros de MKT (que aqui é Comm + IM), pra me dar boas-vindas, me deram uma carretinha com as cervejas da casa - com limão, mel, café e chocolate; pra mim e pro pônei, claro:



Bom, ai depois vim pra casa e, realmente, as pessoas são beem religiosas. Tive que rezar na segunda de manhã, que era feriado aqui, bem engraçado. Meu quarto é um teste pra organização, pq pra baixar o colchão (que é inflável: Gui e Bruno Bruel, essa é pra vcs) tem que levantar as malas e dividir a cama com elas. Bem tri =)

E é claro, adivinhem: já tive uma brilhantíssima ideia, que foi ontem. Aqui em Bogotá acontece o Rock al Parque, que é o maior festival de rock da América Latina e, adiviiinhem: ia tocar Andres Calamaro, e eu A-D-O-R-O Andres, especialmente Hace Calor, que me traz lembranças lindas de Buenos Aires con mis boludos de La Vieja Aurora. Tá, aí primeiro que a minha família não gostou, pq 'ah, per es muy peligroso, muchas drogas, marijuana, emos, punks', mas tudo bem, não se opuseram muito - usei aquela: aah, mas eu nunca mais terei essa oportunidade, bla -, depois começou a chover MUITO e a ficar frio. Mas ah, tá, faz parte da experiência essas indiadas (2). Fui lá, me revistaram, Andres não tocou Hace Calor, fiquei molhada e suja por umas 6h, mas foi legal; ainda acho que vou ter que por meus tênis fora.



Hoje, depois de comer igual a uma desmamada (as pessoas aqui comem DEMAIS e é feio não comer tudo ou não querer comer), fui com a Carol (daqui de Bogotá) e o Diego (@SM) passear pelo centro: ônibus muito cheio, muita chuva, mas muita diversão. O centro é muito bonito, tem de tudo e é bastante histórico. Conheci o CL (escritório da AIESEC) que é bem grande e organizado mas, como agora aqui é época de férias, não tinha ninguém - aqui eles tem uma meta de 161 X (130 EPs e 31 TNs), mas realizaram algo em torno de 35 até agora. Depois disso nos encontramos com a Estefania (VPMKT daqui que tá indo pra @PA) e fomos almoçar. POR DIOS, QUANTA COMIDA:

E sério, quando diziam que as pessoas aqui comiam banana com sopa eu achava que era brincadeira. Mas não. Desde que cheguei, já tive que comer 2 vezes! Turistamos, andamos pela praça principal e fomos caminhando para pegar um ônibus pra casa de um guri da @ daqui, quando alguém avista algo muito interessante: Formigas de aperitivo. Siim, mucho gusto, muy rico. Se alguém tiver paciência pra ver o vídeo, tá bem engraçado. Mas a situação não foi nada engraçadinha: mereceu um BÉCS bem grande.




Assistimos o jogo HOL x URU, passeamos por uma fazenda desativada que agora é um shopping e depois fomos pra reunião da AIESEC, pra treinar o roll call pra NATCO. Acho que os brasileiros iam se sentir meio entediados com os roll calls daqui, mas lá vamos nós, partir pro abraço. Ai depois eu e o Diego ajudamos eles a terminar a música e treinamos bastante.

Y ahora, cá estoy. Com saudades de tudo e todos, mas pronta pra fazer as malas pra Conferência e pra viagem pela Costa que faremos depois.

Desculpa pelo post grande e tudo mais, mas, sabe como é, falo naquela quantidade, logo escrevo do mesmo jeito.

Lambidas amorosas,
Pônei.

Surpresas que eu tive:
1. Tem MUITA polícia, por todos os lados. Os colombianos dizem que esse é o melhor legado do Uribe e sério, deve ser mesmo, pq é uma quantidade sem tamanho.
2. A devoção por Simon Bolivar também é algo muito forte, muito, hmm... intenso.
3. Brinquei com as pessoas hoje que Bogotá é a cidade de 'las iglesias y las palomas'. Tem igreja e pomba por toda parte.
4. Eles comem DEMAIS. DEMAIS mesmo. E olha que eu como hein :)