segunda-feira, 9 de agosto de 2010

AIESEC, Medellin, Medellin


Merece atenção total do post. O lugar é lindo, lindo, simplesmente maravilhoso.

Iniciei minha jornada praticamentesemdormir na sexta, com a Assembleia Geral da AIESEC. Foi muito legal. Muito mesmo. Tá, eu sei que não adianta ficar dizendo isso, mas é que foi, e não adianta eu ficar contando muito aqui que vai ser chato.

Entonces, highlights: aqui na Colômbia pra que tu vires alumnus (status de ex-membro com benefícios, digamos), tu deves requisitar o status junto ao teu comitê para que tu sejas aprovado - ou não - como tal em uma Assembleia Geral, com maioria de votação e bla. Dessa vez, 3 pessoas pediram status de alumni: um membro da "primeira geração" da @Rosario, que fez parte do primeiro EB; outro, super popular, amigo de todos e, por fim, um bem "backstage", mas muito querido por todos. Interessante ver o contraste entre esses dois últimos e, mainly, apesar disto, como ambos conseguiram impactar e serem lembrados por muita gente diferente.

Tá, mas não é isso que eu queria contar. No final (depois de eu ter chorado horrores e ter feito o fiasco de fazer barulho e fungar, a ponto de pararem o treco), conversando com o Alejandro (o primeiro deles, que fez parte da @ por 4 anos, intercâmbio na Finlândia e Brasil, dentre outras milhares de coisas, cheguei a uma conclusão (ou 3, no caso); independentemente de quantos anos, meses ou até mesmo dias tu sejas um AIESECer, tu vais viver MUITAS experiências e, obviamente, vai ser impossível contar todas elas. Enfim, as conclusões, são:

1. Não importa de que forma, quando e onde; quanto MAIS tu te doares pra organização, mais tu vais aprender e receber em troca;
2. A gente vive em constante busca de felicidade, né? O que é, como faço pra ter, tra lá lá. No fim, acho que tudo isso se amontoa no bolo de o que a gente faz pelas pessoas e o por que de fazê-lo. Ou seja, ser feliz é sim lutar e ir atrás da felicidades dos outros e trabalhar por isso;
3. Pensamos demais. Demasiado, todo el tiempo. E por que, afinal, não, simplesmente, seguir o coração? Se eu fosse pensar "racionalmente", jamais teria praticamente largado tudo, perdido férias já planejadas e tudo mais pra vir pra um país BEM diferente, trabalhar por e pelos outros visando um impacto totalmente incerto. E foi a melhor coisa que eu fiz: segui o coretion!

Fechando o parentesis, depois disso fomos comer pizza e pra um lugar totalmente old age dançar salsa. Foi bem divertido, apesar de eu estar podre! Vim pra casa, tomei um banho (nunca se sabe o banheiro que te espera) e fui pro aeroporto. Cheguei em Medellin por volta das 7h e peguei o bus pro centro da cidade (acertada do dia: bus por 8mil pesos, mas tem que comprar com antecedência, pq a cidade fica a cerca de 1h do aeroporto e um táxi sai por mais de 50mil) e fui pro Terminal esperar o pessoal que vinha de Manizales. Mas e qual terminal? Sul ou Norte? Minha nossa, só o que faltava era eu estar perdida e, pior, do outro lado, literalmente. Então, eu e meus Donuts sentamos e esperamos. Umas 2h depois desembarcam os 3 pestinhas e finalmente tomamos nosso rumo.

Fomos pra casa do Andrezinho, um colombiano muito gente boa que eu conheci na conferência e fez a total gentileza de nos hospedar. Gracias, querido :) Ai, pegamos umas infos e saimos sapatiar. 1a parada: Plaza de las gordas de Botero. Sério, é genial, muito engraçado.

Mas o mais legal de tudo é o Museo Antioqueño, que fica juntinho a Plaza Botero. É genial; cultura, arte, música, povos, influências, bah... muita diversidade! Tem até lugarzinho pra ti aprender passos de danças do mundo todo, inclusive samba :)

Tá, eu não sei que tipo de manobra eles fazem, mas tá valendo :D

Enfim, depois fomos ao Jardim Botânico, caminhamos, andamos de metrô, and, of course, nos alimentamos com uma bandeja paisa BEM básica, que é a comida típica da cidade. Mira o tamanho do filhote (e please, não me pergunta do que essas coisas são feitas):


No fim da tarde, tomamos uma cervejinha só pra ganhar a garrafa (10 mil pesos, a garrafa e 2L de ceva) e fazer uma propaganda - e homenagem, claro - pro nosso Colorado!

Ok, depois voltamos pra casa, aquela coisa básica, 3 meninas pra tomar banho (gelado!), se arrumar, sair, comer uma arepa, voltar, dormir, acordar, tomar um café da manhã típico (quase uma bandeja paisa) e sair novamente. Fomos ao metro cable, de onde dá pra ver toda a city, lindo! Ficamos por lá toda a manhã e depois fomos almoçar pra ir pra rua assistir ao desfile que marca o fim da Feria de las Flores.

Lindo. Mas cheio. Cheio, cheio. MILHARES de milhares de pessoas nas ruas, de todas as partes do mundo vão até lá só pra assistir a esse desfile. E o mais legal é que tudo, tudo mesmo - estátuas, honrarias, o que for, é feito de flor.


Enfim, a viagem foi o máximo. Encontramos bastante gente da AIESEC, rimos, comemos (sorvete, principalmente, que foram uns 4) e não descansamos. Pra volta, 15h no ônibus congelante, que valeu tri a pena.

Medellín é, com certeza, uma cidade pra se morar, se viver e curtir um montão. Clima tranquilo, com calorzinho mas não o horror de Barranquilla nem o gelo de Bogotá ou Manizales. Medellin, é pra lá que eu volto.

Próximo destino? Cartagena. Paradise, wait for us!

Besotes,

Carol

Ps: PAAI, FELIZ DIA DOS PAIS POR AQUI TAMBÉM! Te amo muito muito, obrigada por tudo sempre, poney daddy! Na quarta-feira te encho de amassos e te pago uma ceva pra comemorarmos o bi da Libertadores :D

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

INTER, heróis e lembranças

Eu não gosto muito de ficar fazendo esses posts meio random, sem nenhuma história pra contar (nova, pelo menos), mas hoje não tem como. Eu PRECISO canalizar pra algum lugar e, como dizem, quando não se tem ouvintes, busca-se por leitores, não é?

Hoje quando eu acordei (apesar de não ter nem dormido direito) já comecei a 220v. Parece que eu simplesmente voltei 4 (QUATRO!) anos no tempo, pra aquela tarde que o pai passou em Santa Maria, por volta do meio dia, pegou eu e o mano no colégio (bons tempos de Riachuelo) e nós começamos a viagem pra Porto Alegre onde, mais tarde, abaixo de muuita chuva e muuito frio - sem falar no sofrimento - o Inter seria o mais novo campeão da Libertadores. A lembrança da fúria do Clemer, da felicidade do Abel e da mira do Sóbis são impagáveis; agora, a 11 dias de completar o aniversário de quatro anos de conquista, muita coisa parece ser igual, apesar da evolução de muitas outras.

O clima e a sensação são de uma final; em jogo, uma vaga garantida no Mundial, no tal do paraíso árabe. O placar do estádio já é digital, não se pode mais beber uma ceva e pular na Popular e, quem diria, nosso "herói" daquela época tá do outro lado. Agora é rival. Ironias a parte, parece que o destino tá do nosso lado: Sobis, Tinga, Bolívar, Eller.. estamos e contamos com vcs!

Dessa vez, torcer tão de longe parece ainda mais essencial. Parece que é a única contribuição possível. Se for, contribuiremos; com a camisa vermelha, o mate na mão, e a Fox Sports no último volume :D

Beijos colorados de ansiedade,

Carol

PS: Eu lembro que quando eu era criança me diziam: "Quanto mais a idade passa, mais os anos voam". Tô ficando velha eu acho, por isso o tempo tá passando assim, vupt. Faltam exatas 4 semanas (28 dias) pra eu colocar 20 patinhos na lagoa ¬¬

Extras!

1.AIESECos: vídeo MUITO legal da AIESEC International, sobre a visão 2015 (http://vimeo.com/13759583);

2."Você pode medir um líder pelo tamanho dos desafios que ele assume. Ele sempre procura algo do próprio tamanho." John C. Maxwell

3. Aqui na Colômbia, os dias são de preparativos e despedida; o presidente mais amado da história, Álvaro Uribe, deixa o cargo para João Manuel, eleito com os votos do primeiro, segundo os locais. Tem outdoor por toda a cidade dizendo "Obrigado Presidente", dentre outras manifestações. Além disso, delegações internacionais do mundo todo, incluindo cortes reais, devem participar da cerimônia.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Terremoto, viagem e Zonalito

Bah, fiquei um bom tempo sem postar mesmo! Mas tá tudo tão correria por aqui, tri bom :)

Desde o último post, não foram tantas as coisas que aconteceram - fora o final de semana, que foi bem agitado. Agora as coisas estão bem mais 'monótonas' que o normal, com bastante trabalho, bastante correria.

Ontem cheguei a conclusão que só me restam duas semanas (exatamente!) em território colombiano. Me deu uma tristeza de saber que vou deixar isso aqui, que não vou mais encontrar arepas pela rua, mega empanadas a 1000 pesos e bananas fritas ou carameladas em toda e qualquer refeição.

A coisa mais emocionante que me aconteceu ao longo da semana foi ter 'participado' de um terremoto que atingiu o país. Com o epicentro em Tolima, teve 5,4 graus na escala Richter e 4km de profundidade. Foi meio tenso ver o copo da água que tava do meu lado começar a derramar e o prédio balançar. Apesar de nada divertido, eu pelo menos fiz uma coisa que eu nunca imaginei na vida: tive que evacuar de um prédio com as calças na mão, sem nada - dinheiro, celular, computador, comida. Pelo menos agora eu entendo a existência de três cartazes indicando as saídas de evacuação dentro do elevador (apesar de ser um local burro pra se fixar esse tipo de coisa, considerando que não se utiliza o elevador durante um terremoto ¬¬).

Depois de uma semana de muito trabalho, entonces, na quinta-feira de noite me fui pra Manizales. Cheguei na rodoviária de Bogotá (assustadora, por sinal) toda estabanada, batendo com a mochila em quem aparecesse na frente de tanta muamba e fui comprar a minha passagem. 40 mil pesos, a última. Adivinha? Do lado do banheiro, corredor, óbvio. Quanto ao ônibus, bom, sempre ouvi falar (inclusive os colombianos que estão no Brasil me alertaram em relação a isso) que os motoristas aqui não tem termômetro, é sempre congelante. Por dios, coloquei 4 camadas de roupa e levei meu cobertorzinho companheiro e achei que fosse congelar. Era de doer, sem mentira - e eram 8 horas naquele trambolho.

Momento bizarro da viagem #1: te lembras quando tu eras criança e tu simulavas uma barraca em cima da cama com um lençol e dormia ali em baixo?! A menina que tava do meu lado no ônibus achou que tava em casa pelo jeito. Eu vi que uma hora ela se enfiou inteira por baixo da ovelha que ela carregava consigo - tá com frio, pensei -, mas quando eu olho de novo ela me aparece com a cabeça naquele enconsto que tem pros pés. Cada um na sua, né.

Momento bizarro da viagem #2: essa mesma transportou uma planta como bagagem de mão. Era uma palmeira baby, ou seja, nada discreta. Depois eu descobri que isso é bastante comum; até no avião as pessoas costumam fazer isso (eu fico imaginando se minha vó morasse aqui - daí sim que ela ia querer mandar "mudinhas" pra todo mundo).

Momento bizarro da viagem #3: o motorista do ônibus REALMENTE pára pra vomitar e para as pessoas vomitarem, de tanta curva que tem na estrada.

6h30 da manhã tô eu tocando o interfone da casa da Bruna. Valeu xuxu, por me receber =) Tomamos um SUPER desayuno na padaria dos taxistas (2 ovos fritos, pão de leite, arepa de milho e uma fatia de queijo de uns 2 cm de altura, com café com leite por 3 500 pesos - R$3,50), colocamos as fofocas em dia, esperamos a Regina e fomos sapatiar pela city.

A cidade em geral é bonita mas, os apaixonados e habitantes que me perdoem, parece uma grande favela. As casinhas são todas amontoadas, meio caindo aos pedaços, sem a mínima organização. Mas foi bem legal. De noite tomamos umas cervejinhas e nos preparamos para sair cedinho no outro dia.

Sábado de manhã repetimos a dose de desayuno do dia anterior e partimos rumo a Pereira - eu, Bru, Deto e Rê, nossa mais nova integrante. 1h e 28 quadras de caminhada na cidade depois, chegamos no auditório onde estava acontecendo o evento da AIESEC. Fizemos check-in, fomos super bem recebidos, almoçamos por lá e depois pegamos o ônibus pro lugar onde seria o Zonalito (evento de introdução aos membros novos) de Pereira.

Pereira, apesar de bem próxima de Manizales, por exemplo, parece bem mais organizada e é muito mais bonita e limpa. As montanhas de toda a região acabam com qualquer tentativa de competir com o visual, é lindo!

O evento foi MUITO fantástico, com muita troca, muita experiência (incrível), grandes reflexões e pessoas maravilhosas. É muito inspirador ver como a 'mesma coisa' pode ser feita e vivida de formas tão distintas! Aqui é muito intenso, muito enjoying participation, muita diversão - sério, teve até festa na piscina.

Fim do evento, tinha que tomar o meu rumo, né? Eu, de volta pra Bogotá, os outros brazucas pra Manizales. No caminho, fomos contando chistes (piadas) em espanhol pros colombianos, bem engraçado. Literalmente uma troca cultural :) Por falar nisso, tivemos que parar em uma tienda pra comprar chicha, que é uma bebida típica aqui da Colômbia. Dizem eles que é o 'suco' de um abacaxi que eles enterram e deixam ali por cerca de 2 meses para que fermente. Eu tava achando meio nojento mas, sério, é muito bom.



Chegamos no terminal, galhéri pegou o bus e eu fui pro aeroporto (o menor que eu já vi na vida!). Esperei umas 3h, tri cansada, mas nem pensar em dormir; ando tri agitada, não consigo parar quieta, meio hiperativa. Pensamentos meio a mil, eu acho :)

O negócio agora é aproveitar o tempo que ainda me resta. Vai passar voando, eu sei. Próxima parada? Medellín, com Feria de las Flores e Chiva del Amor.

Love,

Carol

Mensagens AIESECas da semana (que eu aprendi em algum momento relacionado):

Yesterday is history. Tomorrow is a mystery. Today is a gift, that´s why they call it the present. (Eleanor Roosevelt)

(...) além disso, devemos esperar que 1 em cada 10 diretores tenha tido 5 anos consecutivos de sucesso ou fracasso por mero acaso. O que aprendemos com isso? Que é mais confiável julgar as pessoas analisando suas habilidades, do que apenas olhando o placar. Ou, nas palavras de Bernoulli (o matemático, aquele): "Não deveríamos avaliar as ações humanas com base nos seus resultados" (...).

"Highlights" colombianos:

- As casas aqui não tem chaleira (eu não vi nenhuma); eles, quanto muito, usam uma leiteira;
- TV na sala? Nem pensar. Normalmente tem em todos os quartos, mas não nas salas;
- Utilizar faca nas refeições não é costume - carne eles comem com a mão mesmo;
- As pessoas secam as roupas em cabides, não tem nada tipo varal e prendedor;
- A coisa mais surpreendente pra mim: praticamente não se toma café por aqui, só fora de casa e ainda assim muito esporadicamente.