segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Terremoto, viagem e Zonalito

Bah, fiquei um bom tempo sem postar mesmo! Mas tá tudo tão correria por aqui, tri bom :)

Desde o último post, não foram tantas as coisas que aconteceram - fora o final de semana, que foi bem agitado. Agora as coisas estão bem mais 'monótonas' que o normal, com bastante trabalho, bastante correria.

Ontem cheguei a conclusão que só me restam duas semanas (exatamente!) em território colombiano. Me deu uma tristeza de saber que vou deixar isso aqui, que não vou mais encontrar arepas pela rua, mega empanadas a 1000 pesos e bananas fritas ou carameladas em toda e qualquer refeição.

A coisa mais emocionante que me aconteceu ao longo da semana foi ter 'participado' de um terremoto que atingiu o país. Com o epicentro em Tolima, teve 5,4 graus na escala Richter e 4km de profundidade. Foi meio tenso ver o copo da água que tava do meu lado começar a derramar e o prédio balançar. Apesar de nada divertido, eu pelo menos fiz uma coisa que eu nunca imaginei na vida: tive que evacuar de um prédio com as calças na mão, sem nada - dinheiro, celular, computador, comida. Pelo menos agora eu entendo a existência de três cartazes indicando as saídas de evacuação dentro do elevador (apesar de ser um local burro pra se fixar esse tipo de coisa, considerando que não se utiliza o elevador durante um terremoto ¬¬).

Depois de uma semana de muito trabalho, entonces, na quinta-feira de noite me fui pra Manizales. Cheguei na rodoviária de Bogotá (assustadora, por sinal) toda estabanada, batendo com a mochila em quem aparecesse na frente de tanta muamba e fui comprar a minha passagem. 40 mil pesos, a última. Adivinha? Do lado do banheiro, corredor, óbvio. Quanto ao ônibus, bom, sempre ouvi falar (inclusive os colombianos que estão no Brasil me alertaram em relação a isso) que os motoristas aqui não tem termômetro, é sempre congelante. Por dios, coloquei 4 camadas de roupa e levei meu cobertorzinho companheiro e achei que fosse congelar. Era de doer, sem mentira - e eram 8 horas naquele trambolho.

Momento bizarro da viagem #1: te lembras quando tu eras criança e tu simulavas uma barraca em cima da cama com um lençol e dormia ali em baixo?! A menina que tava do meu lado no ônibus achou que tava em casa pelo jeito. Eu vi que uma hora ela se enfiou inteira por baixo da ovelha que ela carregava consigo - tá com frio, pensei -, mas quando eu olho de novo ela me aparece com a cabeça naquele enconsto que tem pros pés. Cada um na sua, né.

Momento bizarro da viagem #2: essa mesma transportou uma planta como bagagem de mão. Era uma palmeira baby, ou seja, nada discreta. Depois eu descobri que isso é bastante comum; até no avião as pessoas costumam fazer isso (eu fico imaginando se minha vó morasse aqui - daí sim que ela ia querer mandar "mudinhas" pra todo mundo).

Momento bizarro da viagem #3: o motorista do ônibus REALMENTE pára pra vomitar e para as pessoas vomitarem, de tanta curva que tem na estrada.

6h30 da manhã tô eu tocando o interfone da casa da Bruna. Valeu xuxu, por me receber =) Tomamos um SUPER desayuno na padaria dos taxistas (2 ovos fritos, pão de leite, arepa de milho e uma fatia de queijo de uns 2 cm de altura, com café com leite por 3 500 pesos - R$3,50), colocamos as fofocas em dia, esperamos a Regina e fomos sapatiar pela city.

A cidade em geral é bonita mas, os apaixonados e habitantes que me perdoem, parece uma grande favela. As casinhas são todas amontoadas, meio caindo aos pedaços, sem a mínima organização. Mas foi bem legal. De noite tomamos umas cervejinhas e nos preparamos para sair cedinho no outro dia.

Sábado de manhã repetimos a dose de desayuno do dia anterior e partimos rumo a Pereira - eu, Bru, Deto e Rê, nossa mais nova integrante. 1h e 28 quadras de caminhada na cidade depois, chegamos no auditório onde estava acontecendo o evento da AIESEC. Fizemos check-in, fomos super bem recebidos, almoçamos por lá e depois pegamos o ônibus pro lugar onde seria o Zonalito (evento de introdução aos membros novos) de Pereira.

Pereira, apesar de bem próxima de Manizales, por exemplo, parece bem mais organizada e é muito mais bonita e limpa. As montanhas de toda a região acabam com qualquer tentativa de competir com o visual, é lindo!

O evento foi MUITO fantástico, com muita troca, muita experiência (incrível), grandes reflexões e pessoas maravilhosas. É muito inspirador ver como a 'mesma coisa' pode ser feita e vivida de formas tão distintas! Aqui é muito intenso, muito enjoying participation, muita diversão - sério, teve até festa na piscina.

Fim do evento, tinha que tomar o meu rumo, né? Eu, de volta pra Bogotá, os outros brazucas pra Manizales. No caminho, fomos contando chistes (piadas) em espanhol pros colombianos, bem engraçado. Literalmente uma troca cultural :) Por falar nisso, tivemos que parar em uma tienda pra comprar chicha, que é uma bebida típica aqui da Colômbia. Dizem eles que é o 'suco' de um abacaxi que eles enterram e deixam ali por cerca de 2 meses para que fermente. Eu tava achando meio nojento mas, sério, é muito bom.



Chegamos no terminal, galhéri pegou o bus e eu fui pro aeroporto (o menor que eu já vi na vida!). Esperei umas 3h, tri cansada, mas nem pensar em dormir; ando tri agitada, não consigo parar quieta, meio hiperativa. Pensamentos meio a mil, eu acho :)

O negócio agora é aproveitar o tempo que ainda me resta. Vai passar voando, eu sei. Próxima parada? Medellín, com Feria de las Flores e Chiva del Amor.

Love,

Carol

Mensagens AIESECas da semana (que eu aprendi em algum momento relacionado):

Yesterday is history. Tomorrow is a mystery. Today is a gift, that´s why they call it the present. (Eleanor Roosevelt)

(...) além disso, devemos esperar que 1 em cada 10 diretores tenha tido 5 anos consecutivos de sucesso ou fracasso por mero acaso. O que aprendemos com isso? Que é mais confiável julgar as pessoas analisando suas habilidades, do que apenas olhando o placar. Ou, nas palavras de Bernoulli (o matemático, aquele): "Não deveríamos avaliar as ações humanas com base nos seus resultados" (...).

"Highlights" colombianos:

- As casas aqui não tem chaleira (eu não vi nenhuma); eles, quanto muito, usam uma leiteira;
- TV na sala? Nem pensar. Normalmente tem em todos os quartos, mas não nas salas;
- Utilizar faca nas refeições não é costume - carne eles comem com a mão mesmo;
- As pessoas secam as roupas em cabides, não tem nada tipo varal e prendedor;
- A coisa mais surpreendente pra mim: praticamente não se toma café por aqui, só fora de casa e ainda assim muito esporadicamente.


8 comentários:

  1. Just to think about your two weeks here makes me sad, I really enjoy your presence here :( I wish that you can stay more and more and more....but someday Im going to be in PA!

    :D

    PS: I love all your blog entries!

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  2. Wao... I just had a delightful moment reading your lines... As Herbie said, two weeks is just not enough time to get to enjoy you considerably... any way, I'll try... =) you are una chimba

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  3. hahahah, ter "participado" de um terremoto foi ótimo! Que bom que te convidaram pra participar, sempre ouvi dizer que o colombiano é um povo muito inclusivo, hehehe...

    Beijo, lindona! Saudades!

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  4. hahahaha...adorei a participação no terremoto tb!! morei 6 meses em uma ilha vulcânica e não me convidaram pra nenhum =/

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  5. Capaz que tu não conhecia o "Yesterday is history. Tomorrow is a mystery. Today is a gift, that´s why they call it the present"! Essa menina não viu Kung Fu Panda! Huhauahua Eu também não, mas me contaram! :P Também fui em um evento da @ nesse findi e por mais diferente que seja, é sempre energizante. Aproveita essas semanas que te restam afinal... não aproveitar não faz sentido! :P "If God is watching us, the least we can do is be entertaining"

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  6. Eu sabia da existência na verdade heuehue mas é o tipo de coisa que é sempre bom relembrar, né? (:

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  7. Como assim sem café? Boh.... Muito legal a viagem, fora a parte do frio e dos vomitos. Aproveita os ultimos dias de colombia ae! =)

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  8. Ah, e quanto a ser convidada pro terremoto foi otemo. Eu morei 4 meses no Havaí e não me convidaram pra uma tsunami, fiquei meio chateado, foi tipo ir pra Roma e não ver o Papa.

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